Abaixo Pinochet!
Acima Pinochet.*
— Lula diz que maturidade o afastou da esquerda. É mesmo? Não que as palavras do presidente devam ser levadas a sério (ever). Mas por que ele não disse isso antes das eleições? Ou: por que ele não diz isso na cara de Fidel, Chávez e Morales, diante de microfones e sob os holofotes? Em tempo: "Seja, porém, o vosso falar: sim, sim; não, não; pois o que passa daí, vem do Maligno." (Mt 5:37)
— Palavras do presidente da OAB: "Nós devemos é recuperar o indivíduo para uma vida normal dentro da sociedade, portanto, ela [a proposta do Senado de asseveramento das penas] afirma, cientificamente, que o aumento da pena não resolve o aumento da criminalidade". Nenhuma menção à punição? Ele esquece, talvez, que a pena serve para punir o criminoso, que é obrigação da sociedade punir o criminoso, que o criminoso merece ser punido e que a punição é uma forma de manter o equilíbrio da sociedade. Ou teremos que tratar o criminoso à base de afagos e guloseimas?
— Pinochet simbolizou período sombrio da América Latina. Y Fidel, ¿que tal? Fidel já subiu no telhado. Anotem as declarações dos luminares da esquerda e, claro, não se surpreendam com as homenagens que virão quando o ditador cubano — incomparavelmente mais sanguinário que o colega chileno — bater as botas. Cobrar-lhes coerência, cobrar-lhes um mínimo de atenção aos números, embora correto, seria de uma ingenuidade desmesurada.
* Piada originalmente publicada numa das antigas edições da revista Casseta Popular. Não lembro o número.