Nivelando por baixo

Há várias décadas entregamos aquilo que só existe no arquipélago em troca de coisas que podem ser conseguidas em qualquer lugar. Poder público e iniciativa privada chamam isso de progresso. Se fôssemos uma capital regional, um pólo financeiro ou industrial, eu entenderia. Mas somos uma cidade simples, originalmente formada de ranchos de pesca interligados por trilhas de terra batida. Até bem pouco tempo não havia carros e energia elétrica em Ilhabela. Hoje há carros e energia elétrica, mas há também assaltos e poluição do mar e dos rios. Nada obtivemos de bom nestes últimos anos que não viesse acompanhado de uma contrapartida igual ou maior. A agilização da travessia marítima, por exemplo, é algo que beneficia tanto aqueles que querem trazer para cá sua contribuição como aqueles que pretendem roubar o ouro que aqui ainda existe. Resta saber como vamos lidar com essa matemática de perdas e ganhos.

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